Corria o ano de 2012, na qualidade de Vice-Presidente
Executivo da Associação Académica da Universidade Autónoma de Lisboa, levei um
grupo de alunos a um Congresso de Investigação Criminal na Figueira da Foz.
Arrendámos lugar para dormir na bonita Vila de Mira, alugámos uma carrinha de 9
lugares e lá fomos nós, contentes e felizes a representar a nossa Universidade . . .
Entre dias de congresso, almoços e jantares, numa das noites
alguém decidiu ir ver o mar… Lá fomos nós até à Praia de Mira, já a noite ia
longa… Chegados junto à muralha alguém manifesta a intenção de ir para a areia,
e lá fomos… Caminhámos, conversámos, brincámos, até que alguém desafia para “molhar
os pés”, e lá fomos nós até junto do Oceano Atlântico, em pleno mês de março.
Estava frio, o mar estava agreste, era de noite, mas ali estávamos nós junto ao
mar…
Eu era o responsável por aquele grupo, eu acedi e participei nestes
devaneios, todos eram estudantes universitários de maior idade, e todos estavam ali de livre vontade …
Mas se algo
corresse mal? Se houvesse uma onda que nos surpreendesse? Como me sentiria eu?
Ainda hoje não conheço as famílias destes estudantes, como falaria com elas?
Por vezes temos de mudar de posição para tentar ver o outro lado das coisas…
Não nos devemos deixar levar pelo sensacionalismo da Comunicação Social….
Felizmente tudo correu bem, e todos regressámos sãos e salvos, mas se assim não fosse . . .
Como estaria
eu neste momento? A sentir-me culpado por algo que não tive culpa... A sentir-me
devastado pela eventual tragédia ocorrida… A ser duramente atacado por todos….
E eu? Como estaria??? Seria eu culpado???
Leonel Madaíl dos
Santos
@Jan-2014